Parâmetros de soldagem por Resistência
TEMPO DE COMPRESSÃO (PRÉ-PRESSÃO 1/PRÉ-PRESSÃO 2)
A definição do processo de compressão consiste no intervalo de tempo entre a aplicação inicial da pressão dos eletrodos até o início da aplicação da corrente de solda. Na prática o tempo de compressão consiste do tempo entre o start do ciclo da solda (pressionar o pedal, por exemplo) até o início da aplicação da corrente de solda. O tempo de compressão existe para atrasar a corrente até que os eletrodos tenham submetido pressão suficiente nas peças a serem unidas. O tempo de compressão deve ser determinado no processo de regulagem dos parâmetros e o mesmo deve ser ajustado experimentalmente conforme necessidade de cada equipamento. O tempo de compressão deve ser ajustar aos movimentos mecânicos do sistema pneumático. Seu valor ideal irá depender da distância entre os eletrodos, pressão da rede de ar comprimido, ajuste dos reguladores de ar do cilindro e da geometria dos eletrodos.
Caso a corrente de solda seja liberada antes que os eletrodos tenham submetido a força necessária para uma soldagem com qualidade, haverá expulsão de material no ponto de solda, comprometendo severamente a qualidade e o acabamento da mesma. Se a corrente for ligada antes mesmo que os eletrodos entrem em contato com as peças, no momento que ocorrer o toque, haverá forte expulsão de metal e faiscamento, podendo ocasionar danos ao operador e as pessoas próximas à área de soldagem.
Pré-pressão 1: Tempo, em ciclos, da rede em que, após ser energizada a solenoide (válvula de ar), o comando temporiza a liberação da solda. Quando em modo contínuo, este tempo só é ativo no primeiro ciclo de trabalho.
Pré-pressão 2: Função idêntica à anterior. É ativa em todos ciclos de trabalho.
TEMPO DE PRÉ-AQUECIMENTO
Tempo, em ciclos, em que o comando libera a corrente de Pré-Aquecimento.
CORRENTE DE PRÉ-AQUECIMENTO
Valor, em percentual, da potência máxima que é disparada a corrente de Pré-Aquecimento, durante o tempo de Pré-Aquecimento. Este recurso é interessante na soldagem de materiais galvanizados, por exemplo, pois como o processo acontece antes da liberação da corrente de solda principal, faz com que boa parte do revestimento da galvanização seja “queimado”, sendo assim, no momento da liberação da corrente principal haverá uma quantidade menor de zinco na interface de solda, melhorando consideravelmente a qualidade do processo de soldagem.
PAUSA PARA SOLDA
tempo, em ciclos, entre o final de corrente do pré-aquecimento e o início da corrente de solda.
TEMPO DE SOLDA
É o tempo, em ciclos, durante o qual se aplica a corrente principal de soldagem. O tempo de soldagem é medido em ciclos da tensão da linha, como todas as demais funções. Um ciclo é 1/60 de um segundo (ou 0,0166 seg.) em um sistema de 60 Hz.
POTÊNCIA DE SOLDA
Atua sobre o ângulo de disparo dos Tiristores (SCR), tem uma gama de variação de 10 a 100 % nos comandos eletrônicos.
Este parâmetro atua sobre a quantidade de corrente de solda principal será liberada durante o ciclo. A regulagem deste parâmetro é importante, pois a quantidade de corrente de solda necessária para uma boa soldagem depende de diversos fatore, como: espessura do material, tipo de material, geometria da peça, quantidade de soldas simultâneas, qualidade e velocidade desejada.
Uma de corrente excessiva pode causar expulsão do metal fundido, resultando em vazios internos, ruptura da solda e resistência mecânica inferior, além de superaquecer o metal base e resultar na penetração dos eletrodos (mordedura) na chapa a medida que estas entram em seu estado plástico, promovendo superaquecimento e rápida deterioração dos eletrodos, já que há uma contaminação crescente dos eletrodos. Por outro lado, uma corrente de solda abaixo do recomendado irá resultar numa solda de baixíssima resistência mecânica, além de comprometer as propriedades do metal base por conta do aporte de calor elevado, pois com a corrente baixa, geralmente, aplica-se um tempo de solda muito prolongado para tentar compensar a baixa corrente de soldagem.
PÓS-PRESSÃO
É o tempo em ciclos durante o qual os eletrodos são liberados da chapa em modo de ponto único após a realização da solda. Este recurso é importante, pois garante uma perfeita união das peças a serem unidas, pois mantém a pressão dos eletrodos até que o ponto de solda tenha solidificado por completo. Um tempo de pós-pressão muito curto irá acarretar em uma solda de baixa resistência mecânica e com trincas por conta do rápido resfriamento do ponto de solda.
TEMPO DE REVENIMENTO
É o tempo em ciclos durante o qual a corrente de revenimento está sendo aplicada.
CORRENTE DE REVENIMENTO
É um procedimento realizado após um possível endurecimento por têmpera das peças soldadas. Peças com alto teor de carbono e/ou ligadas tendem a sofrer têmpera o que as tornam suscetíveis à quebra por se tornarem muito quebradiças. Esta fragilidade pode ser eliminada pelo processo revenimento. O revenimento consiste no aquecimento do material temperado até uma temperatura abaixo da linha de transformação do aço, permanecendo nessa temperatura por um determinado de tempo e com isso restabelecendo a tenacidade original do aço. Este processo pode ser desativado caso os aços a serem soldados não sofram o processo de têmpera, como os aços com baixo teor de carbono (1010/1030).
PAUSA PARA REVENIMENTO
Tempo, em ciclos, entre o final da corrente de solda e o início da corrente de revenimento.
IMPULSO
Quantidade de vezes em que a corrente principal de solda será liberada durante um ciclo completo de solda.
INTERVALO
O tempo, em ciclos, entre as repetições de solda. É utilizado quando é necessário mais de um impulso de solda no mesmo ciclo.
UPSLOPE (SUBIDA DE CORRENTE)
Upslope ou subida de corrente é o termo dado ao aumento gradual da corrente de soldagem principal até o seu nível máximo durante a soldagem por pontos, em vez da liberação instantânea da máxima de uma só vez.
Esta técnica consiste em fundir e retirar o revestimento metálico (galvanização, por exemplo), possibilitando aos eletrodos se posicionarem antes que a corrente de soldagem seja liberada. Isto significa que menos revestimento estará disponível para a formação de liga. Este procedimento é geralmente utilizado para evitar superaquecimento e expulsão do metal no início do tempo de soldagem, quando a resistência da interface das chapas ainda é muito elevada.
Para uma solda de qualidade e aumento da vida útil dos eletrodos, recomenda-se um tempo de Upslope entre 1/10 a 1/5 do tempo de solda.
DOWNSLOPE (DESCIDA DE CORRENTE)
Downslope ou descida de corrente é simular ao parâmetro anterior, com a diferença que atua no fim do processo de solda, ou seja, é a diminuição gradual da corrente principal de solda. É utilizado para controlar a solidificação do ponto de solda e para evitar ruptura em metais que são suscetíveis à ocorrência de têmpera.
TEMPO DE PAUSA (PAUSA)
É o tempo, em ciclos, durante o qual os eletrodos são liberados das peças em um ciclo repetitivo. O processo é aplicado apenas onde se executa soldagem em série repetitiva. O tempo de pausa é o tempo necessário para que o operador possa deslocar a peça entre um ponto e outro durante a sequência de soldagem.